O que é o evento Conhecendo a UFRJ
O conhecendo a UFRJ é coordenado pela Pró-Reitoria de Extensão e apoiado pelas Pró-Reitorias de Ensino de Graduação, de Planejamento e Desenvolvimento, de Gestão e Governança, pela Superintendência de Tecnologia da Informação e Comunicação e pela Escola de Educação Física e Desportos.
Objetivo do Conhecendo a UFRJ
O Conhecendo a UFRJ tem como principal objetivo contribuir para o acesso de estudantes, sobretudo da rede pública, à universidade, através da divulgação e informação dos conteúdos de cada curso de graduação, suas interfaces, perfil do profissional e possibilidades de inserção no mercado de trabalho.
É uma ação que busca contribuir para a democratização do acesso ao ensino superior.
Com a realização do Conhecendo a UFRJ, a comunidade universitária firma o seu compromisso em defesa da universidade pública, gratuita e de qualidade.
Edição 2017
A versão 2017 foi realizada nos dias 23, 24 e 25 de junho nas dependências da Escola de Educação Física e Desportos, no Campus da ilha do Governador. Compareceram mais de 15 mil estudantes secundaristas de escolas públicas e particulares de diversos municípios o Estado do Rio de Janeiro.
Chegada dos visitantes ao Campus da UFRJ na Ilha do Fundão
Chegada dos visitantes na Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ
Participação do O Instituto do Coração Edson Saad (ICES)
O ICES tem como missão levar a atenção cardiovascular a nível de ensino, assistência, pesquisa e extensão às unidades do Complexo Hospitalar da UFRJ. O Instituto do coração participou com um estande e também fazendo a abertura da palestra do curso de Medicina. No estande, alunos do curso de medicina recepcionaram os visitantes e desenvolveram com eles as atividades propostas para o evento.
Programação apresentada aos estudantes visitantes
No estande do Instituto do Coração foi apresentado aos estudantes secundaristas, o tema "Desigualdade Social e Saúde cardiovascular".
O tema vem sendo pesquisado pelo instituto ao longo dos últimos anos e entre as pesquisas realizadas pelo Instituto foram escolhidas 2 teses onde a relação entre indicadores sociais e saúde cardiovascular foram analisados.
Foram apresentados aos visitantes as principais conclusões das pesquisas realizadas no ICES onde o objetivo foi conhecer a distribuição geográfica dos óbitos por Doença cardiovascular e doença cerebrovascular (DCBV) e sua correlação com dados demográficos e socioeconômicos como Índice de Desenvolvimento o Humano (IDH) e Produto Interno Bruto per capta.
Em uma das pesquisas realizadas no ICES foi identificado que o tempo de escolaridade pode funcionar como um fator de proteção para doença cardiovascular. Estas foi uma das informações apresentadas aos visitantes com o propósito de informar e também incentivar a continuação dos estudos pelo grupo visitante uma vez que o aumento da escolaridade está também relacionado à maior empregabilidade, melhor renda, condições de saúde e qualidade de vida.
Outra pesquisa revelou que nas áreas de menor desenvolvimento econômico as mortes por doença cerebrovascular é maior podendo ocorrer dez vezes mais e dez anos mais cedo nas regiões mais pobres da cidade do Rio de Janeiro.
Estes resultados revelam que torna-se mandatário sensibilizar órgãos governamentais para direcionamento da ação de saúde não apenas no controle de fatores individuais de risco, mas, sobretudo, em intervenções multidisciplinares de acordo com a distribuição geográfica da mortalidade.
Atividades desenvolvidas no estande do ICES
Para apresentação do material , esclarecimentos e debates com os visitantes o ICES contou com 19 alunos do curso de graduação de medicina, 2 professores e 3 médicos.
Dois posters relativos "A desigualdade social adoece o coração" e "Mais anos dedicados aos estudos protegem seu coração" foram expostos no estande e servira como base para o início das discussões com os visitantes
As atividades incluíam esclarecimentos sobre desigualdade social e como isso causa aumento das doenças cardiovasculares (DCV) em pessoas com menor escolaridade, e aquelas que vivem em regiões com menor Produto Interno bruto per capita. As de mais atividades consistiam em: um quiz com 12 questões objetivas abordando fatores de risco/proteção e aspectos gerais das DCV; e escolher entre 3 perguntas pré-determinadas, responder no bloco adesivo e colar na lateral do estande.
Outra atividade foi a aplicação de um questionário sobre conhecimentos básicos sobre o coração que foi respondido online pelos visitantes
Clique para ver questionário e as respostas:
Análise de perguntas e respostas feitas aos visitantes
Outras fotos
(Alunos, professores, médicos e funcionários administrativos do ICES)
Outra atividade foi a abertura da palestra do curso de medicina
Conclusão
Os alunos visitantes manifestaram interesse nas pesquisas entre desigualdade social e doença cardiovascular. Foi identificado um conhecimento prévio em informações genéricas sobre o coração. Quanto às respostas do bloco adesivo, as direcionadas a metas pessoais relacionados aos estudos estão em menor quantidade embora o evento estivesse voltado a estudantes do segundo grau com o objetivo de em breve ingressar em uma universidade. As respostas ligadas aos afetos foram majoritárias revelando que o coração continua sendo percebido como órgão ligado às emoções.
Outras fotos das visitas ao estande
Avaliação do evento por alunos do curso de medicina, professores e alunos visitantes
Depoimento dos alunos secundaristas
“Sem palavras para descrever, fiquei simplesmente apaixonada! Me identifiquei de uma maneira única, e pude confirmar mais uma vez que é isso que quero para minha vida. Adorei conhecer a Angela, médica, cardiologista e cirurgiã...me encantei!! E ficaria conversando o dia inteiro sobre todas as experiências vividas por ela e por todos que ali estavam. Amei ouvir o coração, é simplesmente magnífico. Parabéns a todos os envolvidos pelo excelente trabalho realizado. Fica aqui as considerações de uma futura caloura, se Deus quiser!” -Vitória Durval
“Eu adorei o estande, inclusive achei interessante e questionador o assusto que estavam abordando. Bom, eu amei, e fiquei mais interessada na área. Sempre gostei, e agora estou apaixonada . Se Deus quiser, eu passando, a especialização que almejo é em Cardiologia.” -Paula Juliana P. Sindim
"O evento foi simplesmente maravilhoso, consegui tirar todas as minhas dúvidas em relação ao futuro (que era um pouco amedrontador rs... ), e em relação ao estande, eu adorei conversar com as meninas, foram super simpáticas comigo, e me esclareceram bastante coisas." -Raquel Trindade
“Oi, queria agradecer pelo seu carinho e sua atenção. Colei seu recado na parede em frente a meda de estudos. Pode ter certeza de que tudo que conversamos hoje mudou meu ano. Ano que vem eu vou te procurar pra dizer que meu nome estava na lista.” -Gabrielle Cristtine
Avaliação do evento pelos alunos do curso de medicina da UFRJ que atuaram na moderação do evento como monitores
“Eu amei ter participado do Conhecendo a UFRJ pelo Instituto do Coração! Foi uma experiência maravilhosa! Quando eu era do ensino médio, adorava eventos desse tipo, de feira de cursos ou de profissões, onde ia à universidade para ouvir os próprios alunos falando da rotina deles. Adorava visitar a maioria de stands possíveis. E poder participar desta vez do "outro lado da linha", sendo eu aquela a falar dos meus estudos, da rotina da medicina, foi realmente incrível! Eu pude ver o interesse, a alegria e a animação dos jovens de diversas escolas diferentes com quem conversei. Vi a indecisão, o medo e a ansiedade também, e pude encorajá-los a escolher o que eles verdadeiramente queriam, sem desistirem por achar ser "difícil demais". Pude falar da pesquisa do ICES, incentivando-os ainda mais a dedicarem mais anos da vida estudando. Era sensacional ver alguns olhos brilhando quando ouviam o meu ou o próprio coração através do estetoscópio. Uma menina até chorou! E eu fiquei maravilhada também participando de tudo aquilo. Naquelas horas ali em pé, conheci tanta gente diferente com o sonho da medicina em comum! Senti-me privilegiada de ter potencialmente ajudado-os de alguma forma com o futuro.” -Luíza Da Hora Justino
“Foi gratificante partilhar um pouco do que aprendi sobre a influência dos anos de estudo na saúde do coração com os alunos do Ensino Médio do estado do Rio. Lindo também foi poder ouvir sonhos, dúvidas e incertezas e me enxergar, nesses alunos, na minha época de vestibular.” -Jéssica Helen Raymundo
“Estar no "Conhecendo a UFRJ" trabalhando no estande e orientando alunos do ensino médio com meus colegas da medicina foi uma experiência única. A empatia tinha seu lugar ali, de sentir o que aqueles alunos estão sentindo, porque você também já esteve no lugar deles e sabe como é. É de suma importância o acolhimento e orientação desses jovens, como promove o "Conhecendo a UFRJ", pois uma simples palavra de apoio pode mudar todo o destino deles.” -Fernanda Ribeiro Gomes Silvino
“Participar deste evento foi uma experiência maravilhosa. Não só conseguimos passar a mensagem proposta pelo estande como também aprendemos bastante sobre o assunto. Ter o contato com os alunos e com todas suas dúvidas e incertezas que nós também passamos e ajudá-los de alguma forma é realmente gratificante.” -David Hong Kang
“Fiquei extremamente feliz de fazer parte desse projeto! Conversar com os alunos e me enxergar neles, os medos da época de vestibular e escolhar do futuro, foi muito emocionante. O que mais me alegrou foram as carinhas dos alunos ao ouvirem as batidas dos próprios corações. Foi muito bonito!” -Isabella de Almeida Krauser
“O evento foi ótimo, uma oportunidade única de compartilhar experiências e conhecer diferentes histórias, sonhos e expectativas. Pudemos tirar dúvidas dos alunos sobre nossa rotina de estudos na faculdade, além de informá-los sobre estudos do ICES a respeito de escolaridade e saúde, o que os incentiva ainda mais a buscar seus objetivos e realizarem seus sonhos de estar na faculdade. Essa troca de experiências foi maravilhosa e inesquecível!” -Bruna Tedde Lopes Pedroso
“Participar do Conhecendo a UFRJ com o Instituto do Coração foi uma experiência maravilhosa! Consegui me enxergar nos alunos do Ensino Médio e tive muito prazer em sanar suas dúvidas sobre a desigualdade e seus reflexos no funcionamento cardiovascular e também esclarecer alguns aspectos sobre o curso de Medicina. O interesse dos professores em ambientar os alunos no estande também deve ser pontuado. Foi muito bom trabalhar em equipe com todos, e o resultado foi ótimo!” -Gabriela Takamitsu Romero
Avaliação da Coordenação de extensão
A UFRJ está de parabéns ao produzir um evento tão grandioso. Nossos alunos promoveram uma admirável demonstração de compromisso, carinho e solidariedade ao receber de forma tão generosa nossos visitantes. Ao nosso diretor de unidade, Prof Nelson Albuquerque de Souza e Silva, nosso reconhecimento pelo exemplo de compromisso e entusiasmo.
Nossos agradecimentos aos professores e técnicos administrativos do ICES que supervisionaram os alunos do curso médico na recepção aos visitantes, à Fundação José Bonifácio pelo apoio, aos colegas da gráfica e do SINTUFRJ pelo auxílio na produção de nosso material.
Juntos somos melhores e mais fortes.
Avaliação do diretor do Instituto do Coração
Prof Emérito Nelson de Albuquerque Souza e Silva
Direção do Instituto do Coração Edson Saad agradece "de Coração" todos os alunos que possibilitaram a realização desses três dias do "Conhecendo a UFRJ". Vocês demonstraram que a cooperação, a solidariedade, a amizade, o comportamento ético, a diversidade, são mais construtivos do que a competição, o egoísmo, a falta de ética que levam à destruição dos semelhantes, que acabam por ser considerados como menores, dentro de suas arrogâncias idiotizadas, ou seja, auto-centradas. Continuem assim.
Nossa universidade está orgulhosa de ter vocês como nossos alunos, continuando a construção de nossa quase centenária universidade pública, autônoma, gratuita e de qualidade.
Com vocês estamos convictos e com provas que a universidade não será nunca destruída por aqueles que querem apenas defender seus interesses individuais e são capazes de para isto, explorar os trabalhadores até vender a soberania de Nossa nação.
Produção cientifica
Foi enviado um resumo ao Congresso Brasileiro de Cardiologia, segue abaixo, para concorrer na categoria de Iniciação cientifica, reservada para estudantes de medicina.
Resumo
Apresentação de estudos a alunos secundaristas do Rio de Janeiro: a saúde do coração relacionado à desigualdade social.
Introdução: O Conhecendo a UFRJ é um evento sediado na UFRJ (Campus Fundão) voltado a alunos do segundo grau, sobretudo da rede pública, do Estado do Rio de Janeiro com intuito de informar sobre os cursos da universidade e as perspectivas futuras relacionados a eles. É uma ação que contribui para democratização do acesso a uma instituição de ensino superior (IES).
Objetivos: Apresentar a Cardiologia através de atividades lúdicas que despertem interesse e reflexões sobre a área e estimular os alunos a persistirem nos estudos.
Método: Na edição de 2017, houve a participação do Instituto do Coração/UFRJ com um estande monitorado por graduandos de medicina e professores da área de Cardiologia. As atividades incluíam discutir sobre desigualdade social e como isso causa aumento das doenças cardiovasculares (DCV) em pessoas com menor escolaridade, baseando em estudos que relacionaram a mortalidade por DCV com indicadores sociais, revelando que desigualdade social aumenta a mortalidade por DCV e escolaridade acima de 8 anos funciona como fator de redução. As outras atividades consistiam em: um quiz com 12 questões objetivas abordando fatores de risco/proteção e aspectos gerais das DCV; e escolher entre 3 perguntas pré-determinadas, responder no bloco adesivo e colar na lateral do estande.
Resultado: Durante os 3 dias do evento, obtivemos 150 respostas no quiz, com destaque para os acertos nas questões em relação aos anos de estudo com a saúde do coração (78,5%), a localização do coração (92,6%), os sintomas das DCV (98%), os fatores de risco para DCV (96,6%), tipos de alimentação saudável (99,3%) e frequência cardíaca normal (83,2%). Quanto ao bloco adesivo, tivemos 354 respostas direcionadas principalmente às “Relações interpessoais” (27,4%), como família e amigos, e às “Metas pessoais/Estudo” (12,71%).
Conclusão: Os alunos manifestaram interesse nas pesquisas entre desigualdade social e DCV. Foi identificado um conhecimento prévio em informações genéricas sobre o coração. Quanto às respostas do bloco adesivo, as direcionadas a metas pessoais relacionados aos estudos estão em menor quantidade embora o evento estivesse voltado a estudantes do segundo grau com o objetivo de ingressar em uma IES. As respostas ligadas aos afetos foram majoritárias revelando que o coração continua sendo percebido como órgão ligado às emoções.
Resumo das pesquisas apresentadas no evento
1) Análise Espacial da Mortalidade por Doença Cérebrovascular no Município do Rio de Janeiro, 2002 a 2007. Correlação com dados demográficos e socioeconômicos, no qual foi realizado o georeferenciamento dos endereços.
A pesquisa revelou entre suas conclusões
- Nas áreas de menor desenvolvimento econômico os óbitos ocorreram com precocidade de até duas décadas de diferença.
- A baixa escolaridade foi fator de risco para morte por DCBV em praticamente todas as regiões administrativas do município do RJ.
- Para a população de baixa escolaridade viver acompanhado foi fator protetor para óbito por DCBV.
- O Rio de Janeiro é uma cidade partida e a oferta de serviços de saúde do setor público e privado não parece corresponder à desigual distribuição regional dos riscos.
Seguem alguns gráficos demonstrativos do estudo
Figura A. Percentual dos óbitos por DCBV, 2002 a 2007, padronizada pela escolaridade*, por região administrativa do município do RJ.
2) Evolução de Indicadores Socioeconômicos e da Mortalidade por Doenças do Aparelho Circulatório nos Municípios do Estado do Rio de Janeiro.
- Nas últimas décadas houve importante redução da mortalidade por doenças do aparelho circulatório nos municípios do Estado do Rio de Janeiro, especialmente das doenças cerebrovasculares, esta foi precedida por períodos de elevação no Produto Interno Bruto per capita e do Índice de Desenvolvimento Humano, demonstrando importante correlação destes indicadores com a redução da mortalidade, sinalizando a importância na melhoria das condições de vida da população para se reduzir a mortalidade cardiovascular.
Seguem abaixo alguns gráficos relacionados à pesquisa. mostrando a redução da mortalidade cardiovascular e cerebrovascular que ocorreu com o aumetento do Produto interno Bruto per capita.
Figura A – Taxas médias de mortalidade por DAC, compensadas e ajustadas por sexo e idade, por 100 mil habitantes nos municípios do Estado do Rio de Janeiro em três períodos de 1979 a 2010
Figura B – Taxas médias de mortalidade por DCBV, compensadas e ajustadas por sexo e idade, por 100 mil habitantes nos municípios do Estado do Rio de Janeiro em três períodos de 1979 a 2010.
Figura C – Taxas médias de mortalidade por DIC, compensadas e ajustadas por sexo e idade, por 100 mil habitantes nos municípios do Estado do Rio de Janeiro em três períodos de 1979 a 2010
Figura A: Mortalidade por Doenças Isquêmicas do Coração (DIC) nos anos Censitários de 1991, 2000 e 2010 segundo o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos anos Censitários de 1970, 1980 e 1991.
As atividades do estande foram realizadas em parceria com a Casa da Ciência e contou com a participação da professora Adriana Vicente do Instituto de Geociências
Referências bibliográficas
- Fonseca RHA. ANÁLISE ESPACIAL DA MORTALIDADE POR DOENÇA CEREBROVASCULAR NO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, 2002 A 2007. CORRELAÇÃO COM DADOS DEMOGRÁFICOS E SOCIOECONÔMICOS. Tese (doutorado) – UFRJ, Faculdade de Medicina e Instituto do Coração Edson Saad, Pós-graduação e Cardiologia, 2012.
Clique aqui e veja o trabalho em PDF
- Soares GP. Evolução de Indicadores Socioeconômicos e da Mortalidade por Doenças do Aparelho Circulatório nos Municípios do Estado do Rio de Janeiro. Tese (doutorado) – UFRJ, Faculdade de Medicina e Instituto do Coração Edson Saad, Pós-graduação e Cardiologia, 2015.